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O Brasil
vive, ainda hoje, o dilema da elite envergonhada. Enquanto o povo canta, talha,
pinta e borda, “o Brazil não conhece o Brasil”. Têm-se o direito de indagar aos
outros porque esperam de nós somente o exótico e o folclórico têm então o dever
de indagar-nos como devemos participar desse universo rarefeito da arte
ocidental contemporânea.
A arte
popular na moda, por sua ousadia, variedade e identificação nacional deve
constituir um terreno cada vez mais necessário às pesquisas e à produção do
artista brasileiro contemporâneo. Num mundo onde as injustiças são cada vez
maiores, onde o desrespeito à natureza é imposto por um sistema regido pela
desigualdade, onde a ausência ideológica abre espaços para que o poder seja
exercido sem censura ética, onde convivem a destruição, a fome, as doenças
endêmicas, o stress e os perigos nucleares, a estratégia da “arte pura” é um
refúgio, um ato conservador.
Pela moda
a arte popular jamais abdicará de seus compromissos com o contexto social e
suas tradições culturais. Na natureza fortalece essa coragem que a faz
resistir, que a faz sobreviver. Todo artista traz em si um vírus do
inconformismo; é isso que lhe dá forças para dizer não às obviedades do poder.
Sem essa coragem, a vida não teria sentido: com ela, renasce a esperança para
trilhar os caminhos no vasto universo do artesanato e da moda.
Fotos Márcio Prado
Modelos Camila Ribeiro e Elder Lima
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