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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

PRA REFLETIR



 
"A maior genialidade não é aquela que vem da carga genética nem a que é produzida pela cultura acadêmica, mas a que é construída nos vales dos medos, no deserto das dificuldades, nos invernos da existência, no mercado dos desafios”
Augusto Cury
 
 
 
Augusto Jorge Cury - psiquiatra, psicoterapeuta, escritor e cientista


TRADIÇÃO NO CARNAVAL - DNA MARANHENSE

São Luís faz 400 Anos de Fundação, nasceu de um sonho de grandeza, destinada a ser impar, única, extensão de um reino esplendor, refinada, majestosa: a França de “La Majesté” Luís XIII (Saint Louis), em cuja homenagem foi nomeada em 8 de setembro de 1612.
 Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardiere, desembarcou na intocada Upaon-Açú, aldeia Tupinambá, exuberante paraíso tropical, para realizar um sonho Francês de fundar a França Equinocial e se instalar definitivamente na região dos trópicos, dando início à construção de um “forte” e uma interminável seqüência de obras que ao longo de quatrocentos anos culminou com o reconhecimento mundial ao seu charme e personalizado singular.
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Três anos após sua fundação, com o “milagre de guaxenduba”, portugueses ocuparam a Ilha e, estranhamente, o nome Francês fora mantido, permanecendo intocado e imponente até nosso dias. Ressalta-se também a indelével marca africana no seu solo, nos seus habitantes e na sua cultura.
É aqui que se manifesta herdada da corte francesa do Rei Luís XIII a linguagem mantida com maior sensibilidade própria dos nobres, dos refinados e traduzida em poema. Foi aqui que floresceu com inigualável esplendor a influência clássica do romantismo francês.
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A França de Danton, Victor Hugo, Rousseau, Voltaire, Montesquieu, Diderot, D’Ambert; de Delacroix, Rodin, Chopin, que deslumbra com Versailles, Norte-Dame e Sacre-Coeur, tem sim sua extensão equinocial nas refinadas e eruditas figuras de Gonçalves Dias, Aluízio e Arthur Azevedo, Josué Montello, Ferreira Gullar e Nauro Machado, na importância do Palácio dos Leões, da Catedral da Sé e da Praça Gonçalves Dias, nos inúmeros museus e no monumental patrimônio arquitetônico e sua riqueza cultural, fruto da democrática convivência de quatro séculos de heróicos e históricos fatos que não negam a origem francesa e sim reafirma a vocação de grandeza e eterna majestade da França de Luís XIII.

Portanto, nós, “Os Feras”, felizes e orgulhosos de sermos um pedacinho da gloriosa e amada São Luís, “mon amour”, Patrimônio Cultural da Humanidade, rainha do Maranhão, nos vestimos de nobres franceses, dançando “cancan” e saltitando na passarela, transcendendo charme, glamour e refinamento no carnaval, para primeiramente “sonhar um sonho mais que sonhado”, festejar a realização do sonho, mas, também frustrar-se com o milagre que nos fez acordar do mesmo, sentir saudades da “filha” deixada involuntariamente, porém, com as cabeças erguidas e orgulhosas em tê-la gerado para o mundo aplaudi-la e se emocionar com o seu brilho cultural.
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Somos Feras felizes e da paz, nascemos no dia das crianças, em 1996 no tradicional bairro de São Pantaleão em São Luís do Maranhão.
Consagramo-nos a cada ano sob aplausos da multidão porque somos uma família unida, de filhos abnegados à categoria “Blocos Tradicionais”, experientes, amantes, em dedicação de feras de corpo e alma. Vestimos a fantasia e tecemos o sonho de Momo, lutamos pela expressão nacional dessa batucada (3 x 2) genuinamente maranhense.
O ser férico d’Os Feras é um amor de paixão trazido de berço! Está no sangue! Cultura é sonho, símbolo, desejo de fazer gente brilhar. Somos feras d’Os Feras, da arte clara. Da Madre divina, dos bairros de São Luís do Maranhão, para o Brasil e o mundo, sambistas daqui e de lá.

Pesquisa: Prof. Wesley e Guilherme Ferreira.