PROFISSÃO
GLORIOSA
Durante muito tempo o Dia Nacional da Imprensa foi
comemorado em 10 de Setembro. Mas a partir de 1999, a data mudou para 1º de Junho.
A história dessa mudança é lembrada neste artigo do
jornalista Manoel Leão, que aproveitamos para homenagear todos os que fazem a
imprensa maranhense.
“No dia
1º de junho, por determinação da lei nº 9.8831 de 1999, foi comemorado o Dia
Nacional da Imprensa, que antes era comemorado no dia 10 de Setembro, dia que
começou a circular a “Gazeta do Rio de Janeiro”. Agora é a data em que foi
lançado o Jornal “Correio Braziliense”, em Londres.
A mudança
da data tem um simbolismo importante, que nós, os principais interessados,
deixamos de atentar:
O dia 10
de Setembro é a data da instalação do primeiro Jornal no Brasil, a Gazeta do
Rio de Janeiro, Jornal oficial (atente para isso: Jornal oficial), da Corte,
com a obrigação de bajular, aplaudir e defender o governo instalado no Brasil.
Todos os
outros jornais ou livros eram proibidos de circular, pois o Império temia a
circulação das ideias correntes na Europa àquela época: Liberdade, Igualdade,
Fraternidade.
Ora,
matar ideias é uma tarefa, como dizia o poeta, tão inglória como tentar
deter as manhãs: Três meses antes do lançamento da Gazeta circulava no
Rio de Janeiro clandestinamente o Correio Braziliense, produzido pelo
jornalista gaúcho Hipólito José da Costa.
Claro, há
críticas à troca politicamente correta: A mudança, sugerida pela
Associação Riograndense de Imprensa (gaúcha), foi patrocinada por um projeto do
deputado Nelson Marchezan e sancionada pelo presidente Fernando Henrique
Cardoso em cerimônia com a presença do presidente da Associação Nacional de
Jornais (ANJ), Paulo Cabral, diretor do atual Correio Braziliense ressuscitado
em Brasília, em 1960, por Assis Chateaubriand. Seria a troca de um “Jornal do
governo por um jornal vendido ao governo”.
Sem entrar nessa discussão, este
artigo é apenas para transmitir aos pares e colegas a solidariedade e apoio a
esta inglória e gloriosa profissão”.